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30.jun.2025

"A hipnose à luz da ciência e da prática ? avanços e reflexões"

1. Hipnose e cérebro: evidências da neurociência moderna ?

Pesquisas recentes na Universidade de Zurique demonstraram que a hipnose produz alterações mensuráveis na atividade cerebral e neuroquímica ? com impactos nas redes de atenção, ondas Teta (ligadas relaxamento profundo) e ritmos fisiológicos como respiração e batimentos cardíacos .

Esses estudos multimodais (fMRI, EEG, MRS) revelam níveis de transe distintos (HS1 vs HS2), reforçando que hipnose não é fantasia, mas um estado de consciência real, com profundidade graduável.

Impacto para a prática clínica:

Permite desenhar intervenções mais precisas, adaptadas ao nível de transe desejado.

Favorece protocolos adequados para tratamentos específicos como dor, ansiedade e traumas.


2. Crescimento global e desafios da hipnose clínica

Artigos internacionais destacam como a hipnose emerge em áreas diversas:

Odontologia: reduz dor e estresse em procedimentos odontológicos.

Tratamento de menopausa: comparável à TCC para controlar fogachos .

Saúde mental: melhora sintomas de depressão e ansiedade .

Na Austrália, Dr. Yapko ressalta que, embora eficaz, a hipnose ainda enfrenta resistência por falta de formação formal em muitos cursos de psicologia .


3. Situação no Brasil: prática e necessidades

Levantamento nacional com 103 hipnoterapeutas aponta que 90,3% não consideram "hipnotizabilidade" fundamental para sucesso clínico . As principais aplicações no país são:

Melhora de bem-estar e autoestima

Redução de estresse

Controle de fobias e ansiedade.

Entretanto, há apontamentos sobre lacunas na formação técnica e profissional dos hipnoterapeutas ? mesmo com regulamentação vigente .

Oportunidade:
Investir em capacitação baseada em evidência, integrando jovens profissionais e pesquisas científicas.


4. Hipnose em comportamento financeiro: uma aplicação inovadora

Reportagem do Financial Times acompanhou o caso de "Sunny", ex-gambler que, após hipnose, perdeu o desejo de apostar ? evocando memórias distantes e ausência de gatilhos emocionais.

Estudos prévios indicam:

Hipnose para vícios como jogo pode ser tão eficaz quanto TCC, com 50% de não-recaída em 6 meses.

Técnicas variam: hipnose conversacional, visualizações guiadas, sessões com fones e scripts específicos .

Relevância clínica:
A hipnose se integra a tratamentos para compulsões e vícios, mormente quando combinada com intervenções tradicionais.


5. Reflexões críticas e aplicação responsável

Segundo Dr. Long (LSE), hipnose deve ser vista como ferramenta ? não panaceia ? e exigente em respeito a contexto social, estrutura ética e comunicação sensível.

No debate brasileiro sobre saúde mental, líderes defendem abordagens holísticas que considerem fatores sociais, ambientais e comportamentais. A hipnose pode ser esse elo entre mente, corpo e ambiente, com cuidados rigorosos.


6. Conclusões orientadas à prática do Instituto Brasileiro de Hipnose

Instrumento validado pela neurociência: os estudos recentes oferecem respaldo cerebral para a hipnose como prática profunda e diferenciada.

Formação baseada em evidências: investir em capacitação (foco na profundidade de transe, protocolos clínicos e supervisão).

Integração multidisciplinar: articular hipnose com TCC, técnicas corporais e abordagens holísticas no tratamento.

Novas frentes de aplicação: avaliar e divulgar casos bem-sucedidos, como em comportamento financeiro e saúde odontológica.

Ética e acesso: valorizar pacientes com vulnerabilidades e atuar em comunidades carentes, promovendo equidade.


7. Chamado à ação

Para profissionais: atualizem-se por meio de jornadas neurocientíficas e cursos certificados, visando embasamento técnico e ético.

Para instituições: fomentem pesquisas brasileiras que explorem eficácia, rastreabilidade e melhores práticas em hipnose.

Para o público: promovam clareza nas diferenças entre hipnose clínica e entretenimento ? e divulguem narrativas positivas.


Encerro convidando você, leitor, a:

Refletir sobre como a hipnose atua em sua prática antecipada de transe;

Compartilhar suas experiências ou dúvidas sobre aplicação em ansiedade, desempenho ou mudança de comportamento;

Explorar novas fronteiras, pois a hipnose moderna está mais embasada e plural do que nunca.

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